O mercado audiovisual se mantém pulsante, oferecendo ao público uma gama de estreias capazes de provocar tanto sustos quanto emoções profundas. Nesta semana, o confronto entre terror, drama e animação revela perfis distintos — mas complementares — de narrativas que buscam impacto no espectador e reflexão no pós-rolagem dos créditos.


O retorno de um terror psicológico

Um dos destaques desta semana é “O Telefone Preto 2”, sequência de um filme que já conquistou espaço entre os fãs de horror psicológico. O enredo descortina o drama de Finney e sua irmã Gwen, que começam a reviver ligações aterradoras e visões que remontam a crimes antigos em Alpine Lake. A ambientação gélida da trama — com uma tempestade de neve prestes a sepultar segredos — reforça a atmosfera claustrofóbica do filme, prometendo batalhas psicológicas mais intensas do que no original.

Entre a herança e a aceitação

No campo da animação nacional, “Eu e Meu Avô Nihonjin” se destaca como um dos lançamentos mais sensíveis da semana. A trama acompanha um menino de dez anos em busca de suas raízes japonesas, e um avô imerso em memórias e silêncios. A força do filme está em retratar o luto da identidade, da migração e do medo de perder a própria cultura — com traços desenhados à mão, e um estilo que dialoga com influências nipônicas, mas sem se esquecer do calor humano que conecta todas as origens.

Inspiração que quebra tabus

No espaço do streaming, “Invencível” entrega uma narrativa baseada em fatos reais, centrada em Austin, uma criança que sofre com autismo e fragilidade óssea. Ainda assim, sua luz interior e resiliência transformam os laços com seu pai — e todos que o cercam. O filme propõe uma reflexão poderosa: como enxergamos aquilo que foge ao padrão? Aqui, a “invencibilidade” não se define pela força física, mas pelo modo como alguém escolhe viver apesar das limitações.

Trama de mistério e crime em ambiente fechado

Para os fãs de suspense investigativo, “Cenas de um Crime” é uma aposta certeira. A história se desenrola durante uma investigação em uma mansão isolada, onde cada visitante guarda segredos, e os detetives ficam presos com suspeitos em meio a revelações frias e tensas. A tensão cresce à medida que as peças do quebra-cabeça se encaixam — ou explodem.

Erros do passado e vingança

Na mesma linha de terror, “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” ressurge com mistério e perseguição: um grupo que escondeu um acidente fatal enfrenta a retaliação de alguém capaz de desenterrar o que deveria permanecer enterrado. A tensão ressurge não apenas no âmbito físico, mas na culpa e no medo da exposição.

Outros destaques: criminalidade e vilania

Ainda nas salas, “O Bom Bandido” acompanha um criminoso que se esconde num cenário inusitado — o telhado de uma loja de brinquedos — e assume nova identidade, apenas para encarar dilemas afetivos e morais quando o passado ameaça reaparecer. No streaming, “Os Pestes” traz o universo infantil de vilões dominadores e órfãos heroicos que se unem para destruir planos maléficos, com humor, aventura e doses generosas de imaginação.


Um mosaico de emoções e escolhas narrativas

Se houver algo que une essas estreias — seja no cinema tradicional ou nas plataformas digitais — é a busca por histórias que provocam. O terror emerge com sombras familiares e chamadas enigmáticas; o drama ecoa em silêncios atravessados por lacunas de memória ou aceitação; a animação se ergue como meio de linguagem emocional direta e tocante.

Para o público, as escolhas variam: deseja mergulhar no desconforto? Optar por histórias inspiradoras? Ou simplesmente deixar-se levar por um suspense bem costurado? Nesta semana, há opções para cada disposição. A dica de quem viveu décadas cobrindo estreias é: não subestime nenhum gênero — porque até o filme mais singelo pode mexer com você muito tempo depois do final.