Matheus Martins, um dos talentos em ascensão no cinema nacional. Ele se destacou recentemente em Bela LX 404, um filme que não apenas emocionou o público, mas também conquistou prêmios importantes, incluindo Melhor Atriz e Melhor Caracterização. Matheus, com sua performance marcante, ajudou a dar vida a uma história inovadora que mistura emoção, tecnologia e humanidade. Nesta entrevista, vamos conhecer mais sobre sua trajetória, os desafios e os bastidores dessa produção premiada.
Matheus Martins, que atuou ao lado de Léa Garcia no curta Bela LX 404
- Como foi sua experiência ao contracenar com Léa Garcia? Houve algo de especial nessa parceria?
A léa é um ser de luz. Contracenar com ela em cena em seu último filme como protagonista, foi um dos momentos mais importantes da minha carreira. Foi muito especial, mesmo tendo sido em alguns momentos. Sentar e tomar um café da manhã com ela e ouvi-la dizer sobre suas experiências na carreira, só enriqueceu o meu trabalho. E foi muito especial quando eu soube que a Léa Garcia interpretaria a Bela LX 404. Eu soube em nosso primeiro encontro quando nos reunimos para ler o roteiro.
- Quais foram os principais desafios do seu personagem em Bela LX 404?
O maior desafio de interpretar a personagem W100 foi literalmente não se mexer e não falar. Um robô que está em “manutenção” e que o porteiro trans do prédio, Zezinho (Henrique Bulhões) acaba tendo cenas icônicas. E a caracterização também foi um baita desafio, porque a Tatiana Manfrin (Caracterização e Maquiagem) arrasou demais em cada detalhe. Ela construiu a personagem W100 em seus mínimos detalhes.
- O que mais te atraiu na história de Bela LX 404 para querer fazer parte do elenco?
Eu sou um ator em início de carreira. Para mim é muito importante fazer parte de projetos, que mesmo sem nenhum retorno financeiro, faz com que eu tenha experiência e maior conhecimento da área. Porém, quando eu soube que eu interpretaria um robô, eu adorei o desafio. Eu como ator, quero poder fazer personagens que possam me desafiar, que faça com que eu me dedique muito. Gosto de sair do convencional. E quando eu recebi o roteiro escrito por Luiza Botelho, eu fiquei encantado. Estava na torcida para eu interpretar a personagem e fazer parte do projeto.
- Como você se preparou para o seu papel nesse curta-metragem? Houve algum tipo de pesquisa ou imersão especial?
Eu sou muito dedicado em tudo o que faço. É de mim está preparado para os desafios que me são apresentados. Eu assisti alguns filmes na temática futurista e me preparei fisicamente para poder controlar a minha respiração e concentração para o desenvolvimento da personagem.
- Como foi trabalhar ao lado de uma atriz tão consagrada como Léa Garcia? Alguma troca ou conselho dela que marcou você?
Foi muito especial contracenar ao lado da Léa Garcia. Ela sempre foi um doce de pessoa e uma excelente profissional. Quando ela compartilhava coisas da sua vida com a gente, assim como a sua grandiosa carreira, ficávamos calados e concentrados em cada palavra que ela pronunciava.
- Como foi a colaboração com o diretora do curta, em termos de interpretação e visão para o seu personagem?
A Luiza Botelho é uma excelente diretora. É de família. Tive muita sorte em um dia ter visto a seleção de elenco e ter encaminhado o meu material como ator. Eu não tinha noção de como isso seria importante na minha carreira como ator. Luiza é detalhista e tinha muito conhecimento de todos os detalhes das personagens. Além da direção, ela também escreveu a história. E conduziu com maestria a direção.
- Você teve liberdade para improvisar em cena, ou seguiu o roteiro à risca?
Luiza é aberta a sugestões. E tudo que a gente trazia para a personagem, ela sempre nos ouviu. Eu como ator, sou de seguir à risca o que o roteiro pede, mas caso a direção nos dê a abertura para improvisar ou mesmo trazer sugestões para a personagem, eu já levo meu caderninho no braço para compartilhar o que pensei. Acredito que seja mais interessante os projetos que tem essa flexibilidade.
- Quais foram os principais temas ou mensagens do curta que você, como ator, sentiu que era importante transmitir ao público?
A trama, que começa com tons de comédia ao revelar a surpresa de William (Thiago Justino) ao receber uma robô mais velha do que esperava, logo se aprofunda em temas existenciais, abordando a solidão, o desejo de companhia e as complexidades das conexões humanas em um futuro dominado pela tecnologia. O personagem do porteiro Zezinho, vivido por Henrique Bulhões, adiciona camadas emocionais, elevando o filme a um nível mais reflexivo e sensível. E em uma das cenas finais, a minha personagem W100, tem uma reviravolta, que tem aquele gostinho de “quero mais”. E quando tivemos a oportunidade de ver o projeto pronto no Cine Odeon, durante o Festival do Rio, foi uma mistura de emoção o qual nunca vou esquecer na minha vida. Assistir ao curta, me emocionou do início ao fim. A edição, a iluminação e toda equipe envolvida no projeto, foram impecáveis em cada detalhe.
- O curta explora questões como o impacto da tecnologia nas relações humanas? Como você viu esse tema se refletindo no seu personagem?
Além da icônica BELA LX-404, interpretada por Léa Garcia, o curta-metragem também conta com a minha participação, que dou vida ao personagem W100, um robô quebrado que faz parte do universo automatizado do prédio. Em uma sátira divertida do futuro, o porteiro Zezinho (Henrique Bulhões) sabota o funcionamento de W100 para garantir sua própria permanência no emprego, criando um contraste entre o avanço tecnológico e a necessidade humana de trabalho. W100 e BELA LX-404 são os dois robôs centrais da trama, representando a convivência entre a tecnologia e os dilemas humanos em um mundo automatizado.