Em um universo dominado por superproduções, influenciadores saturados e coberturas cada vez mais parecidas, um nome emergiu com força surpreendente durante a CCXP deste ano: Anderson Alexandre, mais conhecido pelo Instagram como @euandersonn. Com mais de 100 mil seguidores, ele se tornou um dos criadores de conteúdo mais comentados dos corredores do São Paulo Expo — não por extravagância, mas por algo raro hoje: autenticidade.

A CCXP, maior convenção de cultura pop da América Latina, já se consolidou como o momento do ano em que estúdios globais disputam os holofotes, apresentando trailers inéditos, ativações imersivas e painéis de tirar o fôlego. Nesse cenário grandioso, a presença de influenciadores virou parte do ecossistema do evento.

Mas, enquanto muitos se limitam a replicar releases ou buscar o melhor ângulo para selfies, Anderson trouxe um olhar singular, que combinou humor, sensibilidade e um senso de narrativa que lembra os melhores jornalistas culturais.

O resultado? Uma cobertura que, para muitos seguidores e profissionais do meio, figurou entre as mais surpreendentes da edição.


Da sala de aula para os holofotes digitais

Antes de conquistar espaço entre marcas e produtoras, Anderson levava uma vida que poucos associariam à rotina de um criador de conteúdo: ele era professor da rede estadual de São Paulo. A comunicação sempre esteve presente em sua trajetória, mas o universo digital surgiu como extensão natural de suas paixões — fotografia, arte, cultura e viagens.

Com o passar dos anos, ele investiu em aprender técnicas de edição, estética visual e narrativa digital. Nada explosivo: crescimento orgânico, passo a passo, com consistência rara. O que o diferenciava desde o início era justamente a recusa em seguir fórmulas prontas. Anderson preferia pensar o conteúdo como experiência, não como produto.

Assim, construiu um público fiel que não o segue por modismo, mas por identificação.


A CCXP como vitrine — e laboratório criativo

A CCXP é mais que um evento: é um acontecimento. As filas quilométricas, os gritos sincronizados quando um trailer exclusivo começa, o brilho nos olhos de quem encontra seu ídolo ou entra em um estande imersivo — tudo ali pulsa cultura pop. E, para criadores de conteúdo, é também um terreno fértil para produções visuais impressionantes.

Mas Anderson foi além do óbvio.

Em vez de apenas captar imagens de cenários e ativações, ele mergulhou na atmosfera do evento com a sensibilidade de alguém que entende que cultura é feita de pessoas — seus sonhos, suas memórias, sua relação afetiva com personagens e histórias.

Seu conteúdo durante o último dia de CCXP tinha ritmo de narrativa: momentos altos, respiros, humor, surpresas e até pequenos perrengues que o tornaram ainda mais acessível e humano.

Enquanto influenciadores disputavam ângulos perfeitos no tapete da Warner, Anderson mostrava o calor da multidão, o corre para conseguir senha, o susto dentro de ativações de terror e até o encanto das crianças ao se depararem com seus heróis.


O estande da Warner Bros. e HBO: um espetáculo à parte

Visualmente impactante, o estande reunia universos diferentes, cada um com seu apelo, sua estética marcante e seu toque cinematográfico. Anderson explorou cada detalhe, mas não como um expositor técnico. Ele fez o que sabe fazer melhor: transformou a vivência em narrativa.


Mortal Kombat II: adrenalina e nostalgia

Entre os pontos mais fortes da Warner estava a ativação dedicada a Mortal Kombat II. Com cenografia que remetia aos cenários clássicos da franquia e áreas perfeitas para fotos (mas não óbvias), o espaço era uma mistura de adrenalina, nostalgia e imersão.

Anderson soube capturar exatamente isso — não só o design impecável do ambiente, mas as reações espontâneas das pessoas, seus comentários, o brilho no olhar dos fãs de longa data. Sua abordagem destacava algo essencial: o que torna grandes franquias tão especiais é a memória coletiva que carregam, e não apenas o espetáculo visual.


A experiência sombria da HBO: It – Bem-Vindos a Derry

Outro momento icônico da cobertura foi a entrada no espaço da HBO, inspirado na nova série do universo de It. Com ambientação sombria, elementos de terror psicológico e efeitos sonoros estrategicamente inseridos, era uma experiência pensada para despertar emoções.

E despertou — inclusive em Anderson, que, ainda que tenha mantido seu humor característico, não escondeu os sustos, risadas nervosas e aquele misto de medo e diversão que só ativações bem construídas conseguem proporcionar.

Seu público adorou. E, mais importante, se sentiu dentro da ativação junto com ele.


O diferencial: contar histórias, não só registrar imagens

O que mais impressionou na cobertura de Anderson foi sua habilidade de ir além do registro visual. Ele se posicionou como parte da narrativa. Não como protagonista, mas como mediador — alguém que vive, observa e traduz a experiência do evento para quem o acompanha pelas telas.

Enquanto muitos vídeos mostram apenas cenários, os dele mostram sentimentos.
Enquanto outros influenciadores apresentam releases travestidos de opinião, Anderson oferece contexto.
Enquanto criadores brigam pelo “post perfeito”, ele cria conexões.

Essa habilidade, pouco comum numa era de conteúdos descartáveis, aproxima Anderson muito mais de um jornalista cultural do que de um influenciador tradicional.


Um novo tipo de criador para um novo público

Com mais de 30 anos, Anderson faz parte de um grupo de influenciadores que representam um movimento crescente: o do conteúdo adulto, maduro, consciente — mas ainda divertido, leve e com personalidade.

Esse tipo de criador atende a um público que cresceu junto com a internet, mas que não quer mais se alimentar apenas de conteúdos rápidos e superficiais. Seu público quer experiências, narrativas, identificação.

Na CCXP, isso ficou nítido. Seus seguidores comentavam como se estivessem acompanhando uma série, não apenas stories. Eles riam com ele, se emocionavam com as descobertas, torciam para que ele conseguisse entrar em ativações concorridas.

Anderson, sem pedir isso explicitamente, transformou seguidores em companhia.


Anderson Alexandre

Conclusão: a CCXP pelos olhos de quem realmente vive cultura

A cobertura de Anderson Alexandre na CCXP foi mais do que conteúdo: foi vivência compartilhada. Em suas mãos, o evento não se tornou apenas vitrine, mas história feita de pessoas, experiências, sustos, memórias e muita autenticidade.

Num momento em que o digital se afoga em repetições, Anderson conseguiu se destacar justamente por não tentar ser alguém que não é. E é nessa simplicidade sofisticada — essa mistura de humor, sensibilidade e verdade — que reside seu maior poder.

Se a CCXP celebra universos fantásticos, Anderson celebrou aquilo que muitas vezes esquecemos: a magia real está em como nos conectamos com esses universos.

E é por isso que sua cobertura não apenas brilhou — ela marcou.